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sábado, 23 de maio de 2009

Insomnia

Em mais um dos meus momentos de profunda insônia fui ouvir música e dançar (!). Depois vieram muitos pensamentos e com preguiça de ligar o computador fui procurar uma caneta na mochila da minha irmã, enontrei um livro emprestado de biblioteca, era "Feliz Ano Velho" do Marcelo Rubens Paiva, li algumas páginas mas depois fui ficando angústiada com a história. É que ele fica paraplégico e eu tenho pavor a essas peças do destino. Pavor. Anotei, por fim, alguns trechos interessantes.

"Não esquenta a cabeça, senão vira mandiopam" (meio bobo e aliás o que é mandiopam!? O enfermeiro dizia isso pro Marcelo quando o novo paralítico ficava triste);

"O espelho nos dá esta sensação mágica de, subitamente, tomar consciência de si mesmo. É o momento que você se encontra com o que você representa para o mundo 'Ah, então é assim que eu sou'. Repare que em frente ao espelho q gente sempre faz uma careta. É por que achamos que somos diferentes daquilo que realmente somos (...) Até achamos graça (...) Sempre que vou a uma festa e estou bêbado ou chapado, me tranco no banheiro e fico horas me cagando de rir na frente de um espelho 'olha você, safado! Tá doidão"
*Versão adaptada:
"Eu sou assim mesmo, a primeira coisa que penso ao conhecer alguém é beijo na boca e sexo, mas depois eu desencano e acabo ficando amigo".
"Eu sempre quis muito, mesmo que não parecesse ser modesto, juro que eu não presto, eu sou muito louco".

Esse foi o que eu mais gostei:
"(...) Um vamos-nos-dar-as-mãos que me deixou emocionado. Nunca fui muito de Natal, exceto quando era criança, óbvio. Mas aquele dia a música me deixara feliz, feliz por saber que jamais existiria outro Natal tão triste como aquele. Por saber também, que, apesar de tudo, ainda existia Natal. E descobri que Natal é isso mesmo. Por que não um momento de ternura e amizade com as outras pessoas, mesmo levando uma vida fodida o ano inteiro? Estamos todos na mesma. Não sejamos tão egocêntricos a ponto de querer, quando estamos mal, que esteja todo o mundo péssimo. Foi o nascimento de um cara incrível, de um revolucionário que lembrou às pessoas que, acima do poder, o amor e a felicidade são mais importantes e que poderemos construir um mundo melhor. Então, é um dia em que temos a oportunidade de renascermos em nós mesmos. De brilhar, de ser gente. Lutar por aquilo que desejamos. Defender a nossa condição de homem. E como disse o poeta: ''gente é pra brilhar e não pra morrer de fome".

Enfim, já me bateu o sono. Amanhã vai me dar trabalho (é, deu mesmo) passar isso pro computador, mas, tudo bem, é mais uma boa atividade, realmente.

terça-feira, 19 de maio de 2009

a tagalera e o decidido

Não pensa em mim, não pensa sobre nós.
Usar da razão para compreender sentimentos? Não faz nenhum sentido.
Já sei no que vais pensar: pensarás primeiramente só em mim, no que nos têm acontecido, nas palavras que eu digo; depois passarás a pensar em nós, no que passamos, no quanto nos damos bem juntos, pensarás nas coisas bobas que nos fazem rir tanto.
Aí vem a parte ruim, começarão os pensamentos: será que a gente vai dar certo? Mas eu sou assim, ela é assim, daquele jeito, será? Será? Soube de umas coisas que ela já fez. Caramba, já pensou se ela descobre aquilo que eu fiz? Será que ela vai deixar de gostar de mim? E se eu descobrir alguma coisa dela? Mas, dela, não, essa menina é um anjo, a mais santa das criaturas como bem disse o Dom Pedro na carta de amor a Titília.
Pára! Pára! Eu disse que você tinha que parar de pensar sobre isso! Pensa aí na, "hummm, deixe-me ver", ah, já sei, na propagação da gripe suína, preocupe-se com a possibilidade dela chegar à sua casa, o resto a gente resolve depois!
(...)
Bobagem, né!? Eu não páro de pensar em você também. Mas não sou tão pessimista quanto, ah!, isso não, sou até meio sonhadora, sabe!? Crio expectativas mesmo e quando acontece diferente não significa que eu vá me decepcionar, não, nada é igual ao natural, nada se compara. Nos meus devaneios, sabe, nunca pensei que estaríamos assim, começando algo, tão felizes. Ao invés de ficarmos aqui falando quer dizer, só eu falando, deverias falar alguma coisa também.
-Tô indo aí agora!
-O quê? Não, tô com matéria atrasad...
-Eu te amo!
-O quê?
Silêncio.
-Alô!? Alô!?

quinta-feira, 14 de maio de 2009

l-e-v-e

hoje começo a perceber as diferenças
meus sentimentos guardados se soltam
e a magia do mundo é revelada
sinto medos profundos obscuros
uma angústia forte e intensa
com cordas resistentes que me amarram
prendendo ou influenciando outros humores
algo parecido com a vontade de não ser observado
algo impossível e ao mesmo tempo possível
mas para se tornar possível é preciso maturidade o que eu não tenho.
então espero exercito e me esforço ao máximo
para poder superar todo e qualquer pensamento negativo
todo e qualquer resquício de sentimento ruim ou indesejado
eles me perseguem mesmo assim
mas eu consigo fugir
(...)
Nesse momento então me sinto l-e-v-e
louco por cada segundo de existência
e em paz pra falar, compor, escrever, pensar, ser quem eu sou
uma esponja, um sanguessuga
capto todas as energias do ambiente
se vc se diverte eu me divirto também
caso contrário poderemos ir para um caminho desconhecido de nós mesmos
o que não deixa de ser divertido
risos

Jacqueline em: VIDA DE ESTAGIÁRIA


Jacqueline tem reunião com a sua coordenadora às 16:00.

Chega na sala às 14:00 e vai começar uma das suas imprescindíveis funções: pegar café na Copa, que abre às 14:00 e fecha 15:00.

Na semana passada e retrasada e re-retrasada, Jacqueline fez o mesmo, mas acabou nem tomando café nenhum, e nem oferecendo a ninguém. Só que nesse dia, em especial, ela queria por que queria aquele, até então, bendito café.

A sala possui duas garrafas térmicas para Café: uma azul e uma branca.

A azul ainda estava com o café de semana passada, e então ela pensou:

“Vô levar a Branca!”

Chegou á Copa, encheu a garrafa branca de café e voltou ao seu posto. Pegou um copo plástico. Ia se servir café (muito gostoso, por sinal), mas a garrafa devia estar com a tampa entupida porque não passava café.

Jacqueline, a inteligente estagiária (rs), tenta derramar café no seu copo tirando a tampa e derramando diretamente.

Por fim, derrama café no chão.

Tenta mais uma vez.

Derrama mais café no chão.

“Como é que eu vô limpar isso agora?”, pensa ela.

Jacqueline, esperta como é (rs), junta papéis de rascunho e limpa o chão.

O que fazer com o cheiro de café empestado pela pequena sala? Nada.

Ainda assim, ela queria tomar o café.

Em mais uma de suas idéias geniais, Jacqueline foi até o banheiro despejar o café antigo da garrafa azul, limpar a garrafa e transferir o café novo da garrafa branca para a garrafa azul.

Ela consegue limpar a garrafa azul com perfeição, mas na hora de transferir o café, finda por derramar ainda mais café, agora já no chão do banheiro.

Como o café estava quente, Jacqueline teme ainda ter queimado a mão, que agora está vermelha e ardendo, muito.

Vendo que não conseguiria transferir o café e mesmo que conseguisse já havia muito menos da metade na garrafa, ela “chuta o pau da barraca” e resolve voltar a Copa, pegar novo café na garrafa azul e esquecer, definitivamente, a garrafa branca.

Jacqueline estava feliz com a idéia brilhante que havia tido.

Foi correndo até a Copa com a garrafa azul nas mãos.

Lá ia a heroína do café!

Uma pena que ao chegar a copa viu que já era 15:07.

A copa estava fechada.

Novo café só amanhã...