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segunda-feira, 7 de dezembro de 2009

Paixão Reacional


Ontem chegou ao fim mais um Campeonato Brasileiro. Alguma lição? Imaginam lições de futebol?

Bom, eu tenho imaginação fértil, não tenho a mente fechada. Ensinamentos sim.


Lição nº 1 - Não se acomode. Nunca pense que está ganho.


Essa lição já foi capítulo para os Gremistas, como eu, que viram o campeonato escapar por entre os dedos ano passado. A dez rodadas do fim estávamos com 11 pts de diferença com relação ao segundo colocado, São Paulo. Esse ano tivemos vários casos interessantes:


- Palmeiras do, até então, incontestável Muricy Ramalho figurava isolado na ponta do Brasileirão. E quem diria que ele não ia levar a taça? Quem ousaria? Eis que o Porco teve uma sequencia de derrotas ou empates que culminou na sua eliminação até do G4. Quem diria...


-Logo após a derrocada do time do Palestra, tinhamos como grande favorito o São Paulo (de novo). Mas porque? Por que o Tricolor Paulista havia se tornado líder e aguardava por jogos contra Botafogo e Sport, por exemplo. Mas quem é Bota? Ele tá até na zona de rebaixamento! E Sport Recife? Não, não. Nóis é campeão, mano.


-E ele, Celso Roth, mais uma vez, nadou, nadou e morreu na praia. Pobre Galo! Nem pa Libertadores foi! Pelo menos ano passado, ele morreu no 2º lugar! É, a vida é uma caixinha de surpresas mesmo.


Lição nº 2 - Jamais pense que é impossível!


Fluminense. Sem mais comentários.


Lição nº 3 - Não se subestime. Não pense que é pequeno.


Voltando a 1ª rodada do 1º turno do Campeonato Brasileiro 2009. Os ascendentes a série A são sempre os favoritos a estar entre os descendentes do próximo ano, né!? Certo? Errado!

E o time que mudou esse panorama em 2009 se chama Avaí!

Não desmerecendo Corinthians e Barueri. Mas, FATO, com dinheiro no futebol tudo fica mais fácil!

Mas ficar na frente de times como GRÊMIO, Corinthians e Goiás com uma folha salarial beeem inferior, é louvável!

Ainda bem que o Silas tá vindo pro Olímpico em 2010.


____


Com essa minha puxação de corda para o IMORTAL TRICOLOR termino este post-relâmpago, que não teve pretensão nenhuma de ser o mais poético ou o mais filosófico ou logosófico, como queiram.

Simplesmente, uma prosa de praxe.

quinta-feira, 29 de outubro de 2009

Mundo dos Sentidos


O quê que uns olhos tem, que outros não tem?
O quê que um sorriso tem, que outros não tem?

Como uma voz ao pé do ouvido chega tão fundo no coração?
Como um pensamento, fato que não se vê, se reflete na realidade?
Como um mero andar-de-mãos-dadas me passa tamanha segurança?
Não é só uma mão?
É.
É só uma mão. Pensando racionalmente (como se pudesse pensar emocional).

Por que você faz o que mais ninguém faria?
De que adianta questionar?
Ainda que um outro alguém o fizesse igual, não teria o mesmo sentido,
Não me trariam o mesmo sentimento.
Impossível.

São perguntas indecifráveis não são?
Pois bem, amor,
Ama-se justamente pelo o que o amor tem de indefinível
Por que se eu não sou capaz de definir o que sinto, nem o quanto sinto por você,
é pelo simples fato de que não posso transformar em razão o que me é sentimento.

quarta-feira, 21 de outubro de 2009

indicação de livro

"(...) É da natureza do homem gostar daquilo com o que cresceu, e temer tudo quanto lhe é estranho. A pluralidade das religiões e sua intolerância mútua resultam do fato de as pessoas se manterem fiéis à educação que receberam"

O Guia dos Perplexos, Moshe ben Mamon.

Leiam!

quarta-feira, 7 de outubro de 2009

Diogo Mainardi - o críticável.

Diogo Mainardi em sua coluna na Revista Veja (quanta credibilidade) criticou, como sempre faz, a mais um que ganhou respeito e paixão popular. Já não bastasse falar mal do Lula simplesmente por falar, Mainardi, no ápice de sua falta de criatividade, repassou em sua coluna a opinião de Edna O'Brien, uma autora irlandesa que pouco se conhecia por aqui até ser citada como a crítica nº1 pelo crítico de quinta Diogo Mainardi.
Segue o link:
http://veja.abril.com.br/blog/mainardi/na-revista/edna-entendeu-tudo/
Ao ler o "Edna entendeu tudo", depreende-se que a senhora de 79 anos considerou Chico, ou Tchico, como ela diz, uma fraude, um enganador de platéias, um ditador de pão e circo e por aí vai..
Diogo, por sua vez, em mais uma de suas comparações esdrúxulas, diz que Chico "está para a literatura assim como Dilma Rousseff está para as teses de mestrado. Ou assim como José Sarney está para Agaciel Maia". Que coisa esse "rapaz".
Old lady O'Brien não pode dormir por conta do barulho na FLIP (Feira Literária Internacional de Paraty), nem no Copacabana Palace durante a semana em que esteve no Brasil. Agora dificil imaginar que durante a Feira a lady vá achar que terá descando e paz estando hospedada em um hotel no centro da cidade onde todas as mostras acontecem. Sinto muito se ela está acostumada a grandes feiras, mas no País do Futebol, poucas são as Feiras onde se tem acesso aos autores de uma só vez, sejam eles nacionais ou internacionais. Ainda assim, quisesse paz, não se hospedasse no Copacabana Palace quando estava agendado beeeem antes de sua chegada o casamento de Jogador de Futebol com Atriz. Ela que se informe melhor. Além do mais, hotel em copa não é sinônimo de chácara serena, né!?
Diogo Mainardi, pra variar, não teve o que dizer por si só e para chamar atenção repassou opinião de uma autora que poucos conhecem (o que pra ele, é ótimo) sobre um autor, compositor, cantor que é de conhecimento de todos e que, ele sabe muito bem, traria mais repercussão a sua coluna que sobrevive disso, polêmicas contra os pop's.
Não estou defendendo de modo veemente o Chico, não, simplesmente discordo de que seja publicado opinião sem base nenhuma.
Chico não conhece os mesmos livros da senhora? Ah, por isso ele não é culto?
Deixe-me ver. A senhora é da Irlando, Chico do Brasil. Chico é malandrinho. Você me parece uma velha ranzinza por reclamar de barulho em pleno Rio de Janeiro e em primeiríssimo lugar, por, dentre tantas pessoas interessantes para se conversar na FLIP, ter buscado consolo literário "nos braços" de Diogo Mainardi. Uma lástima..

sexta-feira, 25 de setembro de 2009

Poema Expresso

Preciso dizer, precisa sair
É um sentimento que não cabe em mim
Que não tem cabimento nem fim
Preciso expressar

Através das palavras: todas limitadas
Presas no simbolismo simples das letras
Postas em sub-vida através de um caneta
Por favor, preciso, desesperadamente, expressar.

Só que não consigo, não dá
Não tem cabimento
Ai Deus, eu quero expressar

(aff)

Agora eu já sei
Não tem fim o amor maior que o mar
Por que amar, aham, é não saber expressar.

quarta-feira, 12 de agosto de 2009

Por aí vai

-Oi.
Um ano, três meses e quatro dias depois ali estava ele. De todas as vezes que o imaginei em nenhuma delas cheguei próximo da descrição que darei adiante.
Imaginamos a felicidade que iremos sentir, mas no exato momento em que acontece não há tempo para imaginações, nem para qualquer espécie de pensamento. Nossa razão se baseia em um coração que acelera mais e mais, um sorriso que cresce no rosto e um brilho inexplicável no olhar.
-Oi-respondi, por fim.
- Pode entrar!
Ele já estava dentro, permitir fora apenas modo de dizer.
Quem pede permissão para entrar na sua vida? Caso peça, provavelmente não terá lá tanta importância por que a permissão inicial tornaria todo o demais muito racional.
Uma pele um tanto bronzeada, barba por fazer, olhos escuros. Ele é normal com alguma coisa de muito diferente.
O ser humano tem razão e é o único das espécies que a possui, mas por algum motivo buscam por aquilo que a razão não explica e adoram sentir-se novamente animais.

Ele sentou-se e começou a falar. Dizem que por aí que mulher adora falar mas, ao menos comigo, a teoria não se aplica: adoro ouvir, adoro quando me falam. Só que, naquele momento, eu só via uma boca se movendo, enquanto minha imaginação voava alto relembrando tudo o que passamos e também ansiosa pelo que ocorreria dali á diante.
-E foi isso que eu fiz todo esse tempo- terminou.
-Por esse sorrisão aí pareces feliz!
"Mais por agora do que por tudo de antes", disse ele.
"Por que você faz isso comigo?", pensei. Ops, disse.
-O que foi? Te fiz algum mal? - perguntou o portador da camisa verde.
Respondi prontamente que não. Estava muito nervosa.
-Podemos abrir esse seu vinho! Fiz um risoli pra gente!
Sabia o quanto aquele sorridente adorava comida italiana, sabia também, desde que o convidei, que traria um bom vinho.Nos sentamos, o servi, comemos, conversamos, rimos muito. Que bom tempo aquele. Uma pena o que estava por vir...
-Escuta, preciso te dizer uma coisa! - disse o garoto sorriso.
Permiti que falasse. Não deveria.
-Sei que a gente ficou esse tempo afastado, sei que aqui tá muito bom...
"Menos essa salada", brinquei, mas o tom e o olhar sério me fizeram calar.
-Sei que deves estar pensando no que será daqui pra frente, até por que eu e você não é pouca coisa. Se ficamos junto hoje, foi uma construção de tempos e tempos. Não vai se exvair em uma noite, entende!?
Fiz um sinal que sim, mas, na verdade, a resposta era não.
-Eu tô namorando! - disse, baixando a cabeça.
Ele sabe o que eu penso. "E o que você pensa?". Você, caro leitor, deve estar se questionando. Aí vai, meio óbvio, mas não suporto traição. Ele sabia que a partir do momento que eu soubesse não iria aconecer mais nada. Ele sabia disso. Mas será que ele queria mesmo que não acontecesse nada? Ou apenas quis ser honesto comigo?
-Você não vai me responder nada? - perguntou.
Olhei para aquele rapaz. "Que lindo ele é", pensei. "Mas, não, não posso".
-Sabes o que eu penso, né!?
-É, eu sei - respondeu o agora garoto cabeça baixa.
Ele se lamentou e disse que melhor seria ir, insisti que não, ele relutou mas por fim aceitou. Iamos assistir o filme, mas depois de quinze minutos de filme e um clima muito tenso, ele disse que precisava mesmo ir e foi.
Passaram-se alguns dias e nada dele, de novo.
"Que ódio", pensei, "Ele aparece um dia e já não me interesso por mais ninguém".
Até que tocou a porta. "Oi", ele. Ele e o sorriso de praxe.
-Tem lugar pra um solteirão na mesa?
Ele riu, eu sorri do riso dele e ele, mais uma vez, entrou, mas dessa vez não foi direto para o sofá se sentar. Diretamente foi até mim, a cada passo que dava, seus olhos me penetravam dois, até que quando se pôs bem em minha frente, calou qualquer pensamento meu.
A racional deu vazão a passionalidade de um beijo.
E por aí vai...

quarta-feira, 17 de junho de 2009

Polêmicos

Epa, quê que eu ouvi? Os emos e seus cabelinhos são ridículos? Quê? Você acha que o Maluf é ladrão? E o Sarney? Pra você, auto-ajuda não é literatura de verdade?

Mas isso é o que chamamos de não ter medo da polêmica, hein?

Acho que nunca ouvi nada parecido antes. Só você consegue ser tão radical. Dá pra ver que você é um cara ou uma doida que fala o que pensa doa a quem doer, sem medir palavras, sem receio de ofender a opinião corrente, que dá de ombros para as amarras do pensamento politicamente correto, alguém disposto a encarar todos riscos em nome das suas mais íntimas verdades – inclusive riscos físicos, porque não é qualquer um que compra briga com os emos, esses gângsters conhecidos por seus músculos intimidantes e pelo abuso de violência.

Agora, perigo de verdade é falar mal do Maluf ou do Sarney. Eu sei que a sua voz não pode ser calada, que você não se tornou politizado desse jeito pra ficar com a boca fechada, mas é melhor olhar para os lados antes de ultrajar o nome de Paulo Salim "você sabe o resto". Quantas vezes você ouviu alguém dizer "Não me conformo que ainda tenha gente que vota no Maluf! Depois de tudo o que ele roubou! Depois das contas na Suíça!"? Nenhuma, aposto – mas nunca perderei a esperança de que um dia, um dia, irá nascer um herói com coragem para não apenas quebrar o pacto de silêncio que tanto beneficia Maluf, mas também para lavar a nossa alma e finalmente dizer algumas verdades sobre Collor, Jader Barbalho e (aí já seria demais) George W. Bush.

E os livros de auto-ajuda? Sério que não são literatura? Mas, poxa, respeitar a opinião alheia é um valor que te leva à plenitude, é o segredo da vida, são os seus sonhos construídos tijolo a tijolo a cada dia de sua vida (...) Mais outros clichês que eu não lembro, detesto-os.

segunda-feira, 8 de junho de 2009

Presos numa Tarde de Chuva

Não acreditava muito no que estava realmente acontecendo.
Tanto tempo que isto não acontecia.

Era uma sensação pavorosa e, ao mesmo tempo, tão cômica. Na verdade beirava o ridículo, apesar de ser um ridículo que há muito eu procurava. Não tinha mais palavras para conduzir aquela situação, a retórica tinha acabado, a eloqüência me abandonado e o jogo de persuasão desprovido de sentido. Então porquê daquela situação? O porquê das mãos na perna e depois mexendo nos cabelos? Dava para sentir a força desmedida da pulsação no pescoço, melhor ainda, eu sentia a pulsação do coração no corpo inteiro.
Tudo tão pré-púbere.
O olhar não se focava mais, o sorriso amarelo que se mostrava no canto da boca, fruto do constrangimento, era trêmulo.
Eu estava boba como uma adolescente.
Nem mais das circunstâncias eu conseguia me aproveitar, manipulando-as. Pensei que depois de um bate-papo despretensiosamente sugestivo, o imã dos dois lados reagiriam por si só. Até cogitei a possibilidade de ser uma falta de ‘ok’ da parte de lá, porém mais ‘ok’ do que aquela imagem na minha frente, mutuamente imóvel e que estava à espera de uma ação para deflagrar a sua reação, era aguardar que 2 + 2 seria 4.

A situação não dependia mais de um ‘clima’, transcendia a isso.
Inicialmente era um cortejar simples, discreto e não menos intencional. Era uma troca de divagações confidenciadas, na busca de uma pseudo-intimidade. Depois de tanta elucidação de nós mesmos para o outro, de um jogo de espera, de possibilidades, oportunidades e, principalmente de conveniência.

Agora é um enfrentamento direto, olho no olho e com direito a atos falhos, sem distrações ou desculpas e desarmados do recurso do encontro casual.
Presentemente estou aqui, em frente o portão da minha morada e, entendendo por que este (portão) é tão citado, mesmo como coadjuvante, por poetas Seresteiros. É testemunha muda de um universo cansativamente singular, de um fazer e não fazer.

Neste momento faço uma série de simulações de porcentagens e possibilidades de resultados satisfatórios na minha imaginação, caso eu tivesse me precipitado em favor de um ultimato.
Inclusive até pensei em fazer um pedido e, pedir justamente aquilo que eu mais queria na vida, naquele momento. Fazer do Ursinho Pooh uma referência e, da mesma forma que ele insistentemente pedia para Abel por mais um pote de mel, eu pediria a ele o que de mais doce poderia ter, seus lábios.
O que também não aconteceu.
Entretanto, não existia mais a necessidade de adiar as coisas, na verdade nunca houve esta necessidade, sobretudo de contar com o amanhã como aliado para um fazer acontecer. Deixando-me tomar pela impetuosidade e abstendo-me das balelas que o medo produz na mente para o não agir, fui de encontro ao ‘pote de mel’ e confesso que não tive coragem o bastante e espero poder esperar mais um pouco.

O melhor de tudo esteve perto de acontecer, quando eu interrompi o que tanto demorou a realizar-se, para enfatizar o que não era segredo, e um “eu sempre estrago as coisas” foi o que eu disse.
Palavras repletas de um misto de ingenuidade, honestidade e sinceridade que temia ter perdido.
Apesar de toda esta intensidade e caos comportamental de minha parte, ao que tudo indica, foram apenas obstáculos unilateralmente criados e tampouco suficientes para fazer desta situação, algo mais do que uma simples experiência de vida.

Aí eu me afogo num copo de cerveja

Música engraçadinha essa, né!? Do tipo "marrom-bombom" e essas músicas piegas chiclete que não saem mais das nossas mentes. Mas por que eu a pus como título de mais um post louco desse meu blog atualizado na mesma proporção que o cometa Halley é visto!?
Boa pergunta, caro leitor.
É bom saber que pessoas inteligentes e questionadoras frequentam este espaço virtual.
A resposta é: por nada não.
As vezes pensamos em mudar, em deixar de ser o que somos, mas como diz Caio Fernando Abreu, "o grande problema de querer aparentar o que não somos é por que na verdade, somos".
Já quis fazer o estereótipo (quem não!?) da boa moça que se arruma todos os dias belíssima, da garota que sabe tudo de maquiagem, que ri de tudo, que vai a missa religiosamente todos os domingos, que não bebe nada que contenha alcool a menos que seja vinho ou ice (coisa patética). Já quis ser assim, seria bem mais fácil. Mas, não posso ser ou fazer-me ser quem não sou.
Muita gente diz que eu me preocupo muito com o que as pessoas pensam, e isso é verdade, infelizmente. Tenho um senso de culpabilidade muito grande.
Caiu uma bomba na Itália? Culpa minha.
Possivelmente algum estudante de psicologia vá lerá isso e vai pensar que tenho mania de grandeza ou complexo de Narciso, pelo contrário, pequeno Freud.
20 anos, muitas dúvidas, nada mais natural que isso, não!?

terça-feira, 2 de junho de 2009

Luna

“Espiero poder verte em una noche de verano en Cozumel!”. Eso dice así que colgué el teléfono em mi último dia en la Republica Dominicana. Imaginate estar harto de playas azules a mis 21 años!? Eso pasa cuando estas solo en un espacio perfecto. De que vale eso si quieres estar con una sola persona? Nada.
Llamé Consuela en el mismo momento. Tuvo que decir mil veces que era yo, “Sí, es Pablo, que conocestes em Cuzco, te acuerdas?”. Me puse muy contento cuando escuché um “claro!” bién fuerte. Le pregunté donde estaba y ella dijo que estaba em Cozumel conociendo tortugas. “Que linda que es”, piense.
-Venga a Cozumel, hombre! Tiene morada em mi casa siempre!
Que alegria. Todavia no tenia mucho dinero pero que es eso para um hombre enamorado? “Mucho”, me contesta vos. Sin embargo me fuí sin piensar dos ratos.
Era una playa bién linda, medio distante del centro playero de la ciudad pero por la simplicidad de la belleza estaba muy mejor que um monton de bares llenos de novios recién-casados. Tenía allá mi chica, la mujer del sueños de todo hombre: Consuela. Consuela. Consuela.
Me esperaba frente a la casa trajando un vestido azul com las puntas verdes. El pelo castaño calía por el cuerpo mientras ella venía en mi encuentro. “Hola”, dice ella, “Pensaba que fuera broma tuya y que no ibas a venir!”
-No hago chistes con cosas importantes, chica! No perderia la chance de conocer eso así por nada!
La miré y le di um beso.

(...) sigue después

Unattainable

-Deixa que eu enxugo as suas lágrimas!

“Não”, disse em vão enquanto ele tocava nos meus olhos com a parte posterior da mão. “Me deixa”, pedi, mas ele não aceitou.

-Não vou te deixar aqui assim, menina!

Olhei pra ele durante alguns segundo como quem pergunta o por que do dito antes.

-Triste, chorando, frágil! Eu me preocupo contigo!

Sem pensar, eu disse:

-Mas não era nem você que eu queria aqui cuidando de mim!

Ele se levantou e foi embora. Não fiz esforço nenhum para alcançá-lo. Não poderia, ainda que quisesse. Uma dor dilacerante dominava o meu peito e eu estava suficientemente preocupada com os meus próprios problemas para pensar no garoto que até então, era meu melhor amigo. E veja o que eu fiz. Mas, tudo bem, não me arrependo. Sou egoísta. Ele já me fez rir bastante, mas é só isso. Sei que ele se apaixonou por mim, mas eu sou fria e só caliento meu coração para aqueles que não me querem da forma que eu nem mereço. Talvez por isso ele tenha se apaixonado por mim, esses eternos complacentes! Bobos, vão sofrer muito ainda!

(...)

“Não vou chorar! Não vou chorar!”. Eu tento ajudar e ela me retribui com desdém. Ela sempre fez isso com as pessoas, ela mesma me contava dos otários que passaram pela sua vida, pois bem, agora o otário da vez sou eu! Mas não me arrependo, eu tenho sentimentos, ela que vai se arrepender, quando no fim da vida ainda estiver sozinha e farta de jogar com o coração alheio. Não lhe desejo o mal, mas não vou ser surrealista por que sei que isso vai, incondicionalmente, acontecer. Uma pena pra ela, poderia ser uma menina mais legal. Eu vou seguir a minha vida, um dia, incondicionalmente, encontro
a estrada certa!

sábado, 23 de maio de 2009

Insomnia

Em mais um dos meus momentos de profunda insônia fui ouvir música e dançar (!). Depois vieram muitos pensamentos e com preguiça de ligar o computador fui procurar uma caneta na mochila da minha irmã, enontrei um livro emprestado de biblioteca, era "Feliz Ano Velho" do Marcelo Rubens Paiva, li algumas páginas mas depois fui ficando angústiada com a história. É que ele fica paraplégico e eu tenho pavor a essas peças do destino. Pavor. Anotei, por fim, alguns trechos interessantes.

"Não esquenta a cabeça, senão vira mandiopam" (meio bobo e aliás o que é mandiopam!? O enfermeiro dizia isso pro Marcelo quando o novo paralítico ficava triste);

"O espelho nos dá esta sensação mágica de, subitamente, tomar consciência de si mesmo. É o momento que você se encontra com o que você representa para o mundo 'Ah, então é assim que eu sou'. Repare que em frente ao espelho q gente sempre faz uma careta. É por que achamos que somos diferentes daquilo que realmente somos (...) Até achamos graça (...) Sempre que vou a uma festa e estou bêbado ou chapado, me tranco no banheiro e fico horas me cagando de rir na frente de um espelho 'olha você, safado! Tá doidão"
*Versão adaptada:
"Eu sou assim mesmo, a primeira coisa que penso ao conhecer alguém é beijo na boca e sexo, mas depois eu desencano e acabo ficando amigo".
"Eu sempre quis muito, mesmo que não parecesse ser modesto, juro que eu não presto, eu sou muito louco".

Esse foi o que eu mais gostei:
"(...) Um vamos-nos-dar-as-mãos que me deixou emocionado. Nunca fui muito de Natal, exceto quando era criança, óbvio. Mas aquele dia a música me deixara feliz, feliz por saber que jamais existiria outro Natal tão triste como aquele. Por saber também, que, apesar de tudo, ainda existia Natal. E descobri que Natal é isso mesmo. Por que não um momento de ternura e amizade com as outras pessoas, mesmo levando uma vida fodida o ano inteiro? Estamos todos na mesma. Não sejamos tão egocêntricos a ponto de querer, quando estamos mal, que esteja todo o mundo péssimo. Foi o nascimento de um cara incrível, de um revolucionário que lembrou às pessoas que, acima do poder, o amor e a felicidade são mais importantes e que poderemos construir um mundo melhor. Então, é um dia em que temos a oportunidade de renascermos em nós mesmos. De brilhar, de ser gente. Lutar por aquilo que desejamos. Defender a nossa condição de homem. E como disse o poeta: ''gente é pra brilhar e não pra morrer de fome".

Enfim, já me bateu o sono. Amanhã vai me dar trabalho (é, deu mesmo) passar isso pro computador, mas, tudo bem, é mais uma boa atividade, realmente.

terça-feira, 19 de maio de 2009

a tagalera e o decidido

Não pensa em mim, não pensa sobre nós.
Usar da razão para compreender sentimentos? Não faz nenhum sentido.
Já sei no que vais pensar: pensarás primeiramente só em mim, no que nos têm acontecido, nas palavras que eu digo; depois passarás a pensar em nós, no que passamos, no quanto nos damos bem juntos, pensarás nas coisas bobas que nos fazem rir tanto.
Aí vem a parte ruim, começarão os pensamentos: será que a gente vai dar certo? Mas eu sou assim, ela é assim, daquele jeito, será? Será? Soube de umas coisas que ela já fez. Caramba, já pensou se ela descobre aquilo que eu fiz? Será que ela vai deixar de gostar de mim? E se eu descobrir alguma coisa dela? Mas, dela, não, essa menina é um anjo, a mais santa das criaturas como bem disse o Dom Pedro na carta de amor a Titília.
Pára! Pára! Eu disse que você tinha que parar de pensar sobre isso! Pensa aí na, "hummm, deixe-me ver", ah, já sei, na propagação da gripe suína, preocupe-se com a possibilidade dela chegar à sua casa, o resto a gente resolve depois!
(...)
Bobagem, né!? Eu não páro de pensar em você também. Mas não sou tão pessimista quanto, ah!, isso não, sou até meio sonhadora, sabe!? Crio expectativas mesmo e quando acontece diferente não significa que eu vá me decepcionar, não, nada é igual ao natural, nada se compara. Nos meus devaneios, sabe, nunca pensei que estaríamos assim, começando algo, tão felizes. Ao invés de ficarmos aqui falando quer dizer, só eu falando, deverias falar alguma coisa também.
-Tô indo aí agora!
-O quê? Não, tô com matéria atrasad...
-Eu te amo!
-O quê?
Silêncio.
-Alô!? Alô!?

quinta-feira, 14 de maio de 2009

l-e-v-e

hoje começo a perceber as diferenças
meus sentimentos guardados se soltam
e a magia do mundo é revelada
sinto medos profundos obscuros
uma angústia forte e intensa
com cordas resistentes que me amarram
prendendo ou influenciando outros humores
algo parecido com a vontade de não ser observado
algo impossível e ao mesmo tempo possível
mas para se tornar possível é preciso maturidade o que eu não tenho.
então espero exercito e me esforço ao máximo
para poder superar todo e qualquer pensamento negativo
todo e qualquer resquício de sentimento ruim ou indesejado
eles me perseguem mesmo assim
mas eu consigo fugir
(...)
Nesse momento então me sinto l-e-v-e
louco por cada segundo de existência
e em paz pra falar, compor, escrever, pensar, ser quem eu sou
uma esponja, um sanguessuga
capto todas as energias do ambiente
se vc se diverte eu me divirto também
caso contrário poderemos ir para um caminho desconhecido de nós mesmos
o que não deixa de ser divertido
risos

Jacqueline em: VIDA DE ESTAGIÁRIA


Jacqueline tem reunião com a sua coordenadora às 16:00.

Chega na sala às 14:00 e vai começar uma das suas imprescindíveis funções: pegar café na Copa, que abre às 14:00 e fecha 15:00.

Na semana passada e retrasada e re-retrasada, Jacqueline fez o mesmo, mas acabou nem tomando café nenhum, e nem oferecendo a ninguém. Só que nesse dia, em especial, ela queria por que queria aquele, até então, bendito café.

A sala possui duas garrafas térmicas para Café: uma azul e uma branca.

A azul ainda estava com o café de semana passada, e então ela pensou:

“Vô levar a Branca!”

Chegou á Copa, encheu a garrafa branca de café e voltou ao seu posto. Pegou um copo plástico. Ia se servir café (muito gostoso, por sinal), mas a garrafa devia estar com a tampa entupida porque não passava café.

Jacqueline, a inteligente estagiária (rs), tenta derramar café no seu copo tirando a tampa e derramando diretamente.

Por fim, derrama café no chão.

Tenta mais uma vez.

Derrama mais café no chão.

“Como é que eu vô limpar isso agora?”, pensa ela.

Jacqueline, esperta como é (rs), junta papéis de rascunho e limpa o chão.

O que fazer com o cheiro de café empestado pela pequena sala? Nada.

Ainda assim, ela queria tomar o café.

Em mais uma de suas idéias geniais, Jacqueline foi até o banheiro despejar o café antigo da garrafa azul, limpar a garrafa e transferir o café novo da garrafa branca para a garrafa azul.

Ela consegue limpar a garrafa azul com perfeição, mas na hora de transferir o café, finda por derramar ainda mais café, agora já no chão do banheiro.

Como o café estava quente, Jacqueline teme ainda ter queimado a mão, que agora está vermelha e ardendo, muito.

Vendo que não conseguiria transferir o café e mesmo que conseguisse já havia muito menos da metade na garrafa, ela “chuta o pau da barraca” e resolve voltar a Copa, pegar novo café na garrafa azul e esquecer, definitivamente, a garrafa branca.

Jacqueline estava feliz com a idéia brilhante que havia tido.

Foi correndo até a Copa com a garrafa azul nas mãos.

Lá ia a heroína do café!

Uma pena que ao chegar a copa viu que já era 15:07.

A copa estava fechada.

Novo café só amanhã...

sexta-feira, 24 de abril de 2009

segunda-feira, 6 de abril de 2009

Casa no Campo

Imaginei a nossa casa no campo.
Tinha um quarto e uma sala, um flat rural e bucólico. No terraço ficava uma rede de frente pro jardim, de onde se via as montanhas. Era o lugar mais sossegado da cidade e o sol costumava se pôr bem em frente.
Imaginei-o tocando violão na varanda e eu chegando, depois de um dia duro na escola. Ele me viu, vinha no seu rosto um sorriso, ia até a mim, me pegava no colo e me levava até o quarto. Me pôs na cama ternamente, podia sentir naquele gesto que me amava, e muito. Mas naquele momento eu só queria uma coisa: sexo.
Esse homem que eu tanto amo.
Esboçei um sorrisinho meio de lado, até dizem por aí que é sensual, e ele entendeu o sinal:
-Pra fazer amor com você não há lugar nem hora melhor do que a qualquer momento...
Ele resolveu inventar um jogo. Tirou calmamente a minha roupa e beijava delicadamente cada parte do meu corpo. Me olhava, ria, enquanto eu o puxava pela nuca, acariciando os seus cabelos. Ele lambia o bico dos meus seios, mordia devagarzinho.
Eu adoro esse contato nu, esses beijos lascivos, senti-lo no meu peito.
Enfim, depois de deitar calmamente sob minha pele morena, ele se afastou, abriu minhas pernas e olhou minha vagina, encaixava bem o pinto dele ali e aos poucos penetraria olhando para o meu rosto, contorcido de tesão. Eu o olhava e nos amávamos até o sol se pôr nas nossas costas. O orgasmo era longo, suave, aflitivo. Os dois corpos tremiam e eu gemia pedindo "não pare". Finalmente veio o extâse, os corpos tremendo, a boca aberta e olhos revirando.
A gente se beija, a gente se abraça, a gente se olha. "É agora, lá vai, lá vai, tá indo,te amo, ta indo, maravilha, linda, tá indo, seus olhos, sua cara, teu corpo (...) moreno". Rosa, Marcelo, sós na cama, no fimda tarde, cansaço, prazer, a sós, amor.

quinta-feira, 26 de março de 2009

sabe por que as rosas tem espinhos?


Ela era bela, não com traços dionisíacos, mas suaves e simples, quase rústicos, seus cabelos ondulados refletiam um brilho dourado. Ela sorria, e como era magnífico e terrivelmente arrebatador aquele sorriso, daqueles que os poetas buscam sem sucesso descrever. Andréa, esse era o seu nome.
Lia algo, sentada no gramado perto das rosas, era como se toda a natureza tivesse nascido a partir dela, ao seu redor, como se as flores só completassem sua beleza, os pássaros só entoassem um belo canto, ao seu lado. Tudo fez sentido naquele instante, não que houvesse achado as respostas, mas sim um sentido para elas. Ninguém é completo sem um amor.
Ainda não tinha me visto, também nem sei se me reconheceria, era segunda vez que a via, andava em sua direção com a determinação de um amante. Parei. O que faria ali? Eu seria como um borrão numa pintura belíssima. Continue a contemplá-la, ansiava que a euforia daquela visão diminuísse, que meu coração se acalmasse, que a minha mente a rejeitasse, mas era inútil. Tudo aumentava.
Sussurrava seu nome, como se apenas de pronunciá-lo a traria pra mim, ilusão tão real e curta quanto a pronuncia. Somos assim, nos homens, quando encontramos um amor, reunimos todas as forças que nos restam para fugirmos, preferimos umas paixões controláveis, que sermos vulneráveis ao amor.
Contudo olhando-a nada disso fazia sentido, minha vida não fazia sentido, como pude estar tanto tempo sem ela, sem olhá-la. Este exagero dos românticos, estas hipérboles amorosas, não há como negá-las.
Estava tão perdido em minhas lutas que nem a vi se aproximando, fitei seus belos olhos negros, estava pronto para declarar-me, ela vinha em minha direção.
Estava com uma rosa na mão, passou por mim, não me reconheceu, e eu me calei, apenas a olhava partindo.
A rosa, de tudo não me esquecerei da flor que estava perto de seus lábios, e na hora me veio à pergunta: “Sabe porquê as rosas tem espinhos?”.
Porque tudo que é muito belo, ou muito maravilhoso tem o poder de machucar.

poeta anônimo que eu conheço e não quer aparecer (rs)

terça-feira, 24 de março de 2009

Carta Imaginária

Meu caro amigo,
Tenho novas. Hoje eu morri. Estava atravessando a José Malcher com a Alcindo Cacela naquele ir e vir de carros, quando de repente surgiu uma S-10 prata e me atingiu em cheio. Bem que eu disse que alguém ainda ia morrer ali.
Foi engraçado.
Eu estava ali estirada ao chão e um monte de gente veio pra cima de mim. Como se já não tivesse bastado o carro. Pensei que de repente alguém daqueles tantos que se aproximaram fosse médico. Mas não. Estavam ali só por curiosidade ou ociosidade mesmo.
Olhava aquelas pessoas estarrecidas com o meu corpo estirado ao chão. Eu mantinha os olhos abertos. Acho que até ainda estava viva naquela hora.
De repente um rapaz de uns vinte e cinco anos pegou o celular e ligou, imaginava eu, para um hospital próximo. Na verdade ele estava ligando para um amigo explicando que chegaria atrasado.
Uma mulher de meia idade tirou o celular da minha bolsa e ligou para uma ambulância, enfim. Mas eu já tava morta mesmo. Não adiantaria nada. Continuei e continuaram ali.

Lembra daquela camisa rosa shock que você me deu e eu brinquei dizendo que só usaria essa camisa depois de morta? Eu estava com ela. Engraçado, né!?
Mas, sim, quando a ambulância chegou eu já tava começando a feder. Brincadeira. Você sabe que eu sempre fui cheirosinha e, aliás, a ambulância nem demorou tanto assim.Tentaram me reanimar, mas não conseguiram. Eu estava já agoniada de ver aqueles paramédicos me dando choques e eu saltando. Parecia um sapo. Que imagem feia.
Os curiosos de plantão ficaram tristes quando um senhor de cabelo branco anunciou a minha morte.Um rapaz muito bonito disse "que pena, tão jovem, tão bonita". Uma pena mesmo, não vou mais poder ficar com ele (rs).
Agora eu tô aqui no Renato Chaves e a minha mãe já está aqui. Diga a ela que não fique triste, eu estou bem. A morte é como uma estrada que ao fim tem uma curva.Para aqueles que não fizeram a curva lhes parece o fim, mas não é um bicho de sete-cabeças. Pelo contrário. É bom. Não sinto dor, me sinto leve.
Só o que me preocupa são as coisas inacabadas que eu deixei pra trás.

Você, por exemplo.
Sei que não lerás esta carta imaginária e que chorarás a minha partida, mas de uma forma ou de outra, sinto que só de pensar nessa carta do além eu estou de uma certa forma mais perto de você. Me desculpe pelo que fiz e pelo que deixei de fazer.

Com açúcar e com afeto,
sua eterna amiga.

Uma surpresa para Clara

Clara mal podia acreditar nos seus ouvidos. Ou no seu ouvido esquerdo, pois era neste que chegava a voz de Paul, através do fone.
-Clara, tu tá aí? Sou eu, Paul.
Quando finalmente conseguiu se refazer da surpresa, a meio alta e vivaz Clara esforçou-se para controlar a voz.
-Tu quer dizer o sujo, tratante, traidor, nojento, desprovido de qualquer decência ou caráter, estúpido e desprezível Paul?
-Esse mesmo. É bom saber que você ainda me ama.
-Seu, seu...
-Tenta porco.
-Porco!
-Por isso que eu gosto de ti, Clara! Você sempre faz o que eu mando. Agora te acalma.
-Porco imundo!
-Tá bom, agora te acalma. Me pergunta por que é que eu estou telefonando pra ti depois de tanto tempo.
-Não me interessa...
-Eu preciso de ti, Clara.
-Paul...
-Preciso mesmo. Eu sei que fui um burro, mas não sou orgulhoso. Me desculpa.
-Oh! Paul. Não brinque comigo...
-Você se lembra daquela semana na Praia?
-Se me lembro.
-Dos jasmins no pátio do hotel? Do queijinho com vinho tinto abrindo o jantar?
-Paul, eu estou começando a chorar.
-E daquela vez em que fomos nadar nus, ao luar, e veio uma mulher muito séria pedir nossos documentos e depois os três começamos a rir e a mulher acabou tirando a roupa tambèm?
-Não. Isso eu não me lembro.
-Bom, deve ter sido em outra ocasião. E as nossas conversas no fim de tarde?
-As conversas. As mesmas músicas que tocavam sempre mas pareciam diferentes.
-E a festa de aniversário que entramos por engano e eu acabei ficando amigo de todo mundo?
-Ah, Paul...
-Lembra a torta da dona Nana?
-Posso sentir o gosto agora.
-Qual era mesmo o ingrediente secreto que ela usava e só nos revelou depois que nós ameaçamos contar para o seu marido do caso dela com o garçom?
-Era... Deixa ver. Era manjericão.
-Tem certeza?
-Tenho. Ah, Paul, Paul... Não consigo ficar braba contigo.
-Ótimo, Clara. Precisamos nos ver. Tchau.
-Tchau?! Tchau?! Você disse que precisava de mim, Paul.
-Precisava. Eu tô fazendo aquela torta pra uma amiga e não me lembrava do ingrediente secreto. Você me ajudou muito, Clara, e...
-Seu animal! Seu idiota, sem coração! Seu filho...
-Clara, eu tô brincando, sua besta!

quinta-feira, 5 de março de 2009

Estradas


Peguei meu carro e saí estrada afora.
A estrada, no começo, era linda: nada de buracos; sem sinalizadores que pudessem controlar a minha velocidade, qualquer acidente não seria tão grave, porque havia uma grama fofa e hospitais que sempre estavam próximos.
Felizmente, nada de grave me aconteceu e eu pude seguir viagem.
Ao levar a viagem a cabo percebi que a estrada já não era tão simples e reta, e eu já tinha que fazer escolhas. Aprendi que o caminho mais fácil, as vezes, é o melhor.
Dei carona para algumas pessoas durante a viagem. Algumas delas me ensinaram algo, outras nem tanto. Mas, de algum modo, todos eles mudaram a minha rota de alguma forma.
Pessoalmente falando, entrei em uma estrada qur, no início, era florida e lisa, mas com o tempo mostrou-se tão esburacadaa ponto de desalinhar meu carro.
Nada que um bom mecânico não resolva (rs).
Resolvi sair da estrada ruim e entrei na mata sem qualquer assistência. Desci do carro e tive eu mesma que abrir o caminho em meio as plantas, não tão fortes quanto a minha vontade de encontrar o caminho.
Me deparei com uma bela estradinha que no início eu mal podia trafegar, mas que, depois, cedeu espaço e só assim pude ver a linda estrada que estava por vir.
Desafortunadamente, me conscientizei que a bela estradinha nada mais era que uma passagem entre a mata fechada e as estradas que desconheço, ainda.
Ligo o som e desço do carro, me deito no capô e passo a olhar as estrelas, nem sei quanto tempo fiquei ali. Algumaslágrimas caíram pelo meu rosto, lágrimas boas, é bom redescobrir-se.

Da Janela Lateral


Era fim de tarde e eu estava encostada na janela acompanhando a movimentação.
Vi uma criança brincar com outra. Ambas estavam muito bem vestidas, as mães deviam tê-las arrumado para mostrar aos outros, mas pra mim a beleza mesmo estava ali, ao vê-las brincar e sorrir despropositalmente, inocentemente.Nem todos admiram a verdadeira beleza.
As mães, presumo eu, eram as mesmas que estavam sentadas em um banco próximo, conversando e rindo muito.Uma estava de calça jeans e uma blusa amarela decotada, a outra de vestido longo azul.Independente das diferenças de trajes, as duas conversavam animadas e interessantemente, a moça até então discreta de longo vestido azul gesticulava enquanto falava e ria alto, de vez em quando até soltava um palavrão.
Da minha janelinha, podia ouvir tudo, tudo que ela falava para que todos ouvissem.
A moça de calça jeans conversava e ria pondo a mão na boca, para que ninguem lhe visse o sorriso.Uma roupa que deixava muitas partes a vista e o contraste de não permitir que vissem seu sorriso.
Quando conversavam calmamente, a moça de amarelo baixava a cabeça e parecia olhar fixamente para a grama daquela pracinha.
A moça de vestido azul se levantou e se direcionou ao carrinho de pipoca.O pipoqueiro, seu Bastos, já era velho conhecido da vizinhança.
Ficou viúvo há três anos atrás, exatamente quando começoua vender pipoca, até então feita e vendida pela mulher, dona Regina. Os dois filhos de seu Bastos estavam na capital estudando e trabalhando. O pobre seu Bastos vendia pipocas para manter a si próprio, parecia estar bem. Seu Bastos antes não vendia pipocas porque, na verdade, muitos dos clientes de Dona Regina, que também era doceira, são amigos de Seu Bastos, que, independente da vida sofrida que teve, sempre manteveum sorriso no rosto, tem muitos amigos, é feliz. Aparenta.

Ode à ti


Eu aqui e você aí, a modernidade nos aproximou mas agora já nos afasta.
Desde o começo disso tudo, você me abriu portas e janelas.
Via por dentre elas uma luz, algo que poderia ser lindo.
A verdade é que talvez não haja nada mais.
Luz vinda de um farol alto vindo na contra-mão
Disposta a me cegar por alguns longos segundos
Obstinado ao acidente esse nosso incidente.
Destino?
Acaso?

Sabes que eu penso em muitas coisas
Imagino mais ainda
Ledo engano do sonhador pensar sonhando
Viver de ilusões, mas agora eu vivo é rindo
Agora as bochechas vivem avermelhadas

Jurei, muitas vezes, que não aconteceria de novo,
Apesar de saber que se tratavam de falsas juras,
Incrivel como não aconteceu de novo,
Mas tratou-se de algo totalmente novo,
Especial.

Jurava que se passaria muito tempo
Um rio que deságua na cachoeira
Nossa, mas que besteira
Imagine que isso é mais leve
O que eu levo em mim é simples
Rio de correnteza leve. Pode nadar. Ria.

Os Belos Adormecidos do Castelo

Era uma vez um povo que 'vivia' dormindo.
Tudo começou quando uma bruxa má chamada Falta de Vergonha na Cara lançou-lhes o pó da Inércia e assim permaneceram até que se quebrasse o encanto, o que só aconteceria caso um principe, também encantado, lhe beijasse.Viviam em um castelo avaliado em 25 milhões de dólares em Minas Gerais. O Castelo pertencia a um dos adormecidos,antes Deputado.
Com o passar do tempo, alguns dos adormecidos se transformaram em zumbis que seguiam as ordens da Bruxa. Outros se transformaram em fantasmas que assustavam a Falta de Vergonha na Cara de vez em quando, mas nada podiam fazer, posto que eram fantasmas. O restante continuava adormecido mesmo.
A Bruxa tinha um espelho, obviamente mágico, que lhe respondia tudo.
-Espelho, espelho meu, existe povo mais adormecido que o meu?O Espelho respondeu que não.
-Espelho, espelho meu, existe bruxa mais traiçoeira que eu?O Espelho respondeu, novamente, que não.
-Espelho, espelho meu, dormirá eternamente o meu povo?
E o Espelho respondeu:
-Não!
"Como não?", gritou a Bruxa.
Mas o espelho só respondia, não discutia. Na verdade nem a Bruxa poderia discutir.
Um cavaleiro, nesse momento, passeava pela floresta aos arredores do belo castelo. Pensava nas conquistas alcançadas em outros Reinos, em quantas pessoas havia influenciado. Não era muito modesto o tal principe. Ao avistar o Castelo e constatar que um povo adormecido estava ali, o Principe viu uma nova oportunidade de vanglória.
Os fantasmas que nada faziam a não ser assustar se animaram com a possibilidade de despertarem com a ajuda do Principe,mas, infelizmente (ou não), o principe nada pode fazer, afinal, o que faria um único principe para salvar a todo um povo?
Os zumbis passavam por entre o principe e ate o convidaram para participar da festa dos zumbis.
"Vamo lá, seu principe, tá rolando o maior bacanal la no Congresso!"O principe é claro, foi.
De longe, um pobre menino de uma vila próxima que, de tão rústica e recente, nem nome tinha avistava o castelo pomposo.
-Um castelo tão bonito desse...-suspirava- Um dia eu ainda vou ver isso aí melhor!

Cotidiano Feliz


-Acorda, pai! - sussurrava a pequena Carolina.
- Já é cinco!
-Cinco do quê, menina? - perguntava o pai ainda de olhos fechados.
-Da manhã, pai! A gente vai pra Salinas hoje, lembra? - a menina de 04 anos sacudia o pai.
Ele se levantou e a pequena Carol foi embora correndo animada.
A cortina ainda estava fechada e o quarto estaria totalmente escuro se não fosse a luz do corredor que vinha da direção da porta, aberta.
-Jackie, Jackie! - tentava acordar a esposa, sem sucesso - Jacqueline!
-Ooi? - disse ela, revirando-se.
-A Carol veio acordar a gente, acredita?
-É aquele sonho bobo de novo? Eu já conv...
-Não, a gente ficou de viajar hoje, lembra? - disse ele, deitando-se.
-Meu Deus, verdade! A semana passou muito rápido! A gente nem foi no supermerca..
-E a gente ainda vai pra Salinas mesmo? - disse o marido já fechando os olhose virando pro outro lado.
Eis que de repente um menino de seis anos, com uma sunga azul, chega ao quarto.
-Mãe, eu uso essa azul ou a preta? A Carol disse que eu tô feio nessa sunga!
-Não, filho 'cê tá lindão! - disse ela a sorrir.
-Mas e a senhora vai com esse biquini preto e vermelho mesmo?
O casal riu junto e pediu que o filho saísse do quarto e terminasse de se vestir para a praia.
-Eu pensei que tinha tirado esse sutiã ontem antes de dormir, mocinha! - disse ele com um sorriso sarcástico.
-Tirou, mas na idade que eu tô já não posso me arriscar a dormir sem sutiã. A gravidade age e tudo cai, meu amor!
-Não, nem tudo...
Ele ja ia beijá-la novamente, mas ela o afastou.
-Agora é hora de ir pra praia, mocinho!
Ela pôs a mão no rosto dele e o olhou ternorosamente.
-Eu te amo, sabia?
-Eu também te amo!
Os dois se entreolharam por alguns segundos, até que Ian, pelado, surgiu na porta com uma sunguinha branca em mãos.
-Mãiê, eu não sei vestir!
Jacqueline suspirou, pegou o filho no colo, virou-se para o marido e disse:
-Eu vou arrumar as coisas com eles e você arruma as nossas! Põe aquele meu biquini de crochê branco pra mim...
O marido fez um sinal de positivo enquanto levantava da cama e ela seguiu rumo ao quarto dos garotos.
A familia adorava fazer algum programa em conjunto no sábado, algumas vezes até esticavam pro domingo. Assim restava tempo pra que os dois chegassem a tempo de assistir o futebol no domingo, fosse ao vivo ou pela tv.
-André, que mala grande é essa? - perguntou Jackie já chegando ao quarto.
-Mãe, é a minha bola, 'meu' patins, minha prancha, meu video-game, uns cd's...
-Mas é só um dia, André! E deixa que eu tiro esse video-game porque tu ainda pode deixar quebrar...
Jacqueline tirou Ian do colo e levou o PS7 até a estante.
-E se a gente dormir pra lá? O que é que eu vou fazer?
-Muita coisa, ora! Vai estar todo mundo lá!
-Mas mãe, o Ian não sabe brincar de nada! Se eu bater nele, ele chora! E a Carol é chata, quer mandar em tudo...
-Eu brinco com você, tá, meu amor? Mas arruma isso direitinho como a mamãe te ensinou!
O menino concordou com um quase sussurado "tá, mãe!" e ela seguiu caminho até o quarto do pequeno Ian. Já estava terminando a malinha de Ian quando ouviu o grito da filha de quatro anos.
-O que foi, Carol? - chegou correndo a mãe.
Viu o pai com uma aranha de plastico nas mãos e uma cara de assustado.
-Dando susto em criança de quatro anos? Tá doido? - gritava ela.
-Calma, amor! Foi só uma brincadeira, só pra descontrair!
-Tu acha tudo engraçado, né? A menina se assustou, não tá ven..
De repente a própria Jacqueline gritou.
-Olha, mãe! Não é de verdade, ó! - dizia Carol enquanto ria do susto que havia dado na mãe.
O marido começou a rir e ela o fitou sério. Ele deu um sorriso e lhe apertou o nariz. Ela não pode se conter e riu dando as costas, enquanto dizia "Tu não existe mesmo!".
Já eram 6 da manhã quando a família se encontrou na sala.
A mulher fizera a mala de Ian e ajudara André, enquanto o pai assistenciava a menina Carol.
-Bora, pessoal! - gritou o pai.
-Pai, a gente come agora ou depois?
Quase que ao mesmo tempo, pai e mãe responderam "Agora","Depois".
-Comer no carro dá mal-estar! A viagem é longa e eles podem enjoar! - disse ela.
-Justamente porque a viagem é longa que a gente pode parar no caminho e comer alguma coisa! Até você fazer aqui e eles comerem já vai ser 8 horas! - retrucou ele.
-Tá, mas eu vou fazer uns pãezinhos com patê enquanto a gente não parar pra comer!
-Até você fazer já vai ser 7 horas! Eu peguei uns biscoitos, bolacha e botei uns sucos no isopor. Mas agora, vamo?
Eis que eles partiram rumo á praia.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

sometimes Pamela Morrison


19 anos, quase 20, as vezes jovens, as vezes velhos
Uma mente cheia e um coração vazio
Me vêm em mente poucos revertérios
Minha vida evoluir sempre igual
Nada demais nesse "tempo todo".
Pareco-me as vezes ser como a fase lunar,
Diferentes fases, mas todas as mudanças essas não passam de um ciclono qual a linha de chegada e saída é sempre a mesma.
As vezes me acho grandinha, mas sou pequena.
Pessoas vêem em mim qualidades que não são minhas.
São de uma das minhas várias personagens.
A mocinha, a vilã, a libertina; todas eu.
Mas "quem sou eu"!?
Pergunta piegas.
Mas essa sou eu.
Fazer o quê!?

Fraca e Poderosa

-Cansei de relações superficiais sem futuro nenhum! - bravou ela.
-E por acaso a nossa relação não tem futuro? - respondeu ele.
-Que futuro você vê pra uma relação entre uma mulher que está terminando o mestrado aos 25 e um homem de 37 que não terminou nem a faculdade desde os 28?
-Você se acha boa demais pra mim, não é!?
-Não faça eu me sentir culpada por isso! - disse ela com um sorriso sarcástico.
-Que se dane o teu mestradinho, tuas coisas materiais.. - gritava ele.
-Ora, não seja ridículo..
-Teu carro - seguia gritando - Tuas viagens!
-Faça-me o favor..
-Você é vazia! - gritou ele por fim.
-Então fale-me de você, porque me julgas?
-Minha vida é muito boa, obrigado! - disse ele em tom forte, mas sem qualquer segurança.
-Vida boa, né, boa vida!?
-Escuta, te achas tanto, me achas tão pouco, o que te atraiu em mim? - disse ele, aproximando-se dela.
-Você é feito para momentos e eu cansei de relações superficiais! Vai embora pq eu já enjoei de você! - ela sacudiu os cabelos, abriu a porta e estendeu a mão para que ele saísse.
-Sua p***!
-So porque não te quero mais? Me responda com quantas você já fez o mesmo ou pior?
Ele calou-se.
-Isso é vingança sua?
-Só porque eu não quero ficar com você significa que devo ter sofrido por algum outro homem? Que sou mal-amada? Faça-me o favor, só estou no meu direito de não te querer mais! Agora pode ir...
-Você acha que eu vou assim, só porque você quer? - gritou ele.
-Você está agindo como uma mulherzinha, não é assim que vocês dizem? - disse ela, com uma expressão cínica.
-Porque você está fazendo isso, hein!?
Ela ficou em silêncio. Caminhou até a cozinha e estava prestes a pegar o interfone, quando parou e disse:
-Vou precisar mesmo chamar o porteiro pra lhe tirar daqui?
Ele a mirou, quase deixou cair uma lágrima, mas ela se mantia fria, distante. Sua única reação era levantar as sobrancelhas como se o desprezasse.
E ele se foi.
E ela ficou a pensar "quem sabe assim ele aprenda e se torne um homem de verdade".